Tenha bons hábitos, porque os seus hábitos se transformam em seus valores

Looking For Paradise - Alicia Keys ft Alejandro Sanz
Driving in a fast car
Trying to get somewhere
Don´t know where I´m going
But i gotta get there
A veces me siento perdido
Inquieto, solo y confundido
Entonces me ato a las estrellas
Y al mundo entero le doy vueltas
I'm singing for somebody like you
Sorta like me baby
Yo canto para alguien como tú
Pon la oreja, nena
Estoy buscando ese momento
La música, que cuando llega
Me llena con su sentimiento
Con sentimiento, vida llena
Walking down the sideway
Looking for innocence
Trying to find my way
Trying to make some sense
Yo canto para alguien como tú
Sólo como tú, baby
I'm singing for somebody like you
What about you
I'm singing for someone
Someone like you
Tú, dime a quién le cantas
'Cause there's something about you there
Speaks to my heart
Speaks to my soul
A ese corazón herido
La música le da sentido
Te damos con la voz tus alas
Le damos a tus pies camino
Oh is anybody out there
Feel like i feel
Trying to find a better way
So we can heal
(...)
Looking for paradise...
Tradução
Dirigindo em um carro veloz
Tentando chegar a algum lugar
Não sei onde estou indo
Mas tenho que chegar lá
As vezes me sinto perdido
Inquieto, só e confuso
Então me agarro as estrelas
E dou voltas no mundo inteiro
Eu canto para alguém como você
Igual a mim baby
Eu canto para alguem como você
Então me escute com atenção
Estou buscando esse momento
A música, que quando chega
Me preenche com seu sentimento
Com sentimento, vida plena
Andando pela calçada
Procurando por inocência
Tentando achar meu caminho
Tentando achar algum sentido
Eu canto para alguém como você
Somente como você, baby
Eu canto para alguém como você
E o que você me diz?
Eu canto para alguém
Alguém como você
Me diga para quem você canta?
Porque, existe algo sobre você
fala ao meu coração
fala à minha alma
A esse coração ferido
A música dá sentido
E com a voz, damo-lhe asas
E aos seus pés, damos caminho
Oh existe alguém aí
Sentindo o que eu sinto?
Tentando achar um caminho melhor
Para que possamos curar
Procurando pelo paraíso..
Depois vem uma assinatura preta, para mostrar os pólos da minha versatilidade, se assim lhe agrada. Foi no momento mais escuro antes do alvorecer. Dessa vez, eu tinha ido buscar um homem de uns vinte e quatro anos, talvez. De certo modo, foi uma coisa bonita. O avião ainda tossia. A fumaça vazava de seus dois pulmões. Quando ele caiu, fez três sulcos profundos na terra. Agora suas asas eram braços serrados. Nada de bater, nunca mais. Não para aquela avezinha metálica.
Às vezes eu chego cedo demais. Apresso-me, e algumas pessoas se agarram por mais tempo à vida do que seria esperável.
Após uma pequena coleção de minutos, a fumaça se esgotou. Não restava mais nada para acontecer. Primeiro chegou um menino, com a respiração desordenada e o que parecia ser uma caixa de ferramentas. Com grande inquietação, aproximou-se do cockpit e observou o piloto, avaliando se estava vivo, o que aliás ainda estava, àquela altura. A roubadora de livros chegou talvez trinta segundos depois. Anos se haviam passado, mas eu a reconheci.
Estava arfante.
Da caixa de ferramentas, o menino tirou, quem havia de imaginar, um ursinho de pelúcia. Estendeu a mão pelo pára-brisa partido e o colocou no peito do piloto. O ursinho sorridente sentou-se, aninhado entre os destroços amontoados do homem e o sangue. Minutos depois, arrisquei a sorte. Era o momento certo. Entrei, soltei a alma dele e a levei embora gentilmente. Só restaram o corpo, o cheiro minguante de fumaça e o ursinho de pelúcia sorridente.
Quando chegou toda a multidão, é claro que as coisas haviam mudado. O horizonte começava a se acinzentar. O que restava de negrume no alto já não passava de um rabisco, e desaparecia depressa. O homem, em comparação, estava cor de osso.Pele cor de esqueleto. Uniforme amarrotado. Tinha os olhos frios e castanhos — feito manchas de café —, e a última garatuja lá do alto formou o que me pareceu ser uma forma curiosa, mas conhecida. Uma assinatura.
A multidão fez o que fazem as multidões. Enquanto eu passava, cada pessoa ficou brincando com a quietude daquilo. Uma pequena mistura de movimentos desconexos das mãos, frases abafadas e guinadas mudas, constrangidas. Quando me virei e olhei para o avião, a boca aberta do piloto parecia sorrir.
Uma última piada obscena.
Mais um final de piada humano.
Ele continuou amortalhado em seu uniforme, enquanto a luz mais cinzenta fazia uma queda de-braço no céu. Como acontecia com muitos outros, quando comecei a me afastar, pareceu haver de novo uma sombra ligeira, um instante final de eclipse — o reconhecimento da partida de outra alma.
Sabe, assim por um momento, apesar de todas as cores que afetam e se atracam com o que vejo neste mundo, comigo é freqüente captar um eclipse quando morre um ser humano.
Já vi milhões deles.
Vi mais eclipses do que gosto de lembrar.
A Menina Que Roubava Livros, Markus Zusak